Brasil, calado!
Brasil, terra mãe
Terra poesia
Terra da música, da alegria
do samba, do axé, da bossa nova
De brilhantes poetas
Por um vírus teve seu povo
calado, mudo e mascarado
Brasil terra do aconchego
Do chegue mais
Terra do acolhimento, da aglomeração
Das festas, do carnaval, do reveillon
O Nordeste do São João
Povo festeiro de coração
Praieiro, regueiro, forrozeiro, roqueiro, carnavalesco
Pela quarentena um povo
isolado, silenciado, distanciado
Brasil terra da superação
Do povo resistente, que enfrenta, que supera
Que faz acontecer, que se reinventa
Que cala e descobre no silêncio uma nova fala
Que se isola e inventa um novo jeito de estar perto
Que sofre e busca uma forma de se alegrar
Que mesmo a distância se une pelo bem comum
Porque o Brasil nasceu na Bahia,
E baiano não nasce, estreia
E nem sempre o espetáculo é de comedia
E a arte tem que sobreviver mesmo sem plateia.
A pandemia vai passar, e a festa não vai acabar
porque não se deixa morrer o que nos faz viver
Rosiane Alves
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